BIANCA STIEVANO – Editora independente · Livraria afetiva · Serviços literários

Escolher uma palavra para direcionar o ano é um gesto simples, mas profundamente simbólico. Não se trata de uma promessa rígida, nem de uma meta engessada. É, antes de tudo, um convite. Um lembrete silencioso que caminha ao seu lado nos dias fáceis e, principalmente, nos dias difíceis. Uma palavra tem o poder de organizar pensamentos, alinhar escolhas e dar sentido ao que, muitas vezes, parece disperso.

Quando o calendário vira, somos naturalmente tomadas por expectativas. Projetos, sonhos, desejos, vontades antigas que ganham nova roupagem. E, no meio de tantas possibilidades, uma palavra funciona como bússola. Ela não decide por você, mas orienta. Não controla o futuro, mas ilumina o caminho. É como um fio condutor que atravessa os meses e ajuda você a se perguntar, diante de cada situação: isso está alinhado com a palavra que escolhi para o meu ano?

Em muitos casos, essa palavra escolhida pode, inclusive, substituir um planejamento detalhado. Não porque planejar seja inútil, mas porque nem tudo na vida se deixa organizar em planilhas e listas. A palavra se torna um critério interno de decisão. Diante de oportunidades, convites, desafios ou mudanças inesperadas, você não precisa recorrer a um roteiro complexo: basta retornar à sua palavra e sentir se aquilo expande ou contraria a direção que deseja seguir. Ela simplifica escolhas, reduz ruídos e traz clareza emocional em meio à imprevisibilidade do cotidiano.

Algumas pessoas escolhem amor. Amor como prática diária, não como ideal romântico distante. Amor nas relações, mas também no autocuidado, nos limites, nas escolhas difíceis que protegem a própria essência. Quem escolhe amor costuma perceber que ele se manifesta em atitudes pequenas: dizer não quando é preciso, dizer sim ao que nutre, tratar-se com mais gentileza e estender essa gentileza ao outro.

Outras escolhem gratidão. Não como negação das dores, mas como reconhecimento consciente do que já existe. Gratidão ensina a olhar para a vida com mais presença, a valorizar o caminho percorrido e a entender que nem tudo precisa ser perfeito para ser bom. É uma palavra que transforma a forma de enxergar o cotidiano e amplia a sensação de pertencimento à própria história.

Há quem se conecte com abundância. Essa palavra vai além do dinheiro, embora o inclua. Abundância fala de tempo bem vivido, de relações verdadeiras, de saúde emocional, de criatividade fluindo, de sentir que a vida não está sempre no limite. Escolher abundância é escolher sair da mentalidade da escassez, do “não é suficiente”, e abrir espaço para perceber o quanto já há e o quanto ainda pode vir.

Prosperidade também é uma escolha frequente e poderosa. Prosperar é crescer de forma íntegra. É avançar sem se perder de si. É permitir que os frutos do trabalho apareçam, que os talentos sejam reconhecidos e que a vida material caminhe em harmonia com os valores pessoais. Prosperidade não é pressa; é constância. Não é sorte; é alinhamento entre intenção, ação e merecimento.

Há, ainda, quem escolha presença. Em um mundo acelerado, essa palavra se torna quase revolucionária. Presença é estar inteira onde os pés estão. É ouvir com atenção, viver o agora sem ansiedade excessiva pelo depois, respeitar os próprios ritmos. Quem escolhe presença aprende que muitos vazios não pedem mais coisas, mas mais consciência do que já está acontecendo.

Essas são apenas algumas possibilidades. A palavra ideal não é a mais bonita, nem a mais usada, nem a que parece fazer mais sentido para os outros. É aquela que toca algo dentro de você. Aquela que provoca, consola, desafia ou acalma. Às vezes, ela surge de um desejo. Outras vezes, nasce de uma falta. Em muitos casos, aparece como resposta silenciosa a tudo o que o ano anterior ensinou.

Escolher uma palavra para 2026 é, de certa forma, honrar a própria história. É reconhecer que você não começa do zero, mas de um ponto específico, carregando aprendizados, cicatrizes, conquistas e sonhos que amadureceram. Essa palavra não precisa ser explicada a ninguém. Ela precisa, apenas, fazer sentido para você.

Ao longo do ano, você pode escrevê-la em um papel, colocá-la como fundo de tela, repeti-la em pensamentos ou simplesmente lembrá-la quando se sentir perdida. Ela estará ali para recordar quem você deseja ser, como quer viver e quais valores não pretende negociar.

E, antes de seguir adiante, é importante fazer uma pausa consciente. Olhar para 2025 com respeito e gratidão. Um ano que trouxe desafios, descobertas, encontros, despedidas e aprendizados. Nada foi em vão. Cada passo, inclusive os mais difíceis, construiu a base de quem você é hoje.

A você, leitora, que esteve presente ao longo de 2025, que leu minhas obras, refletiu, compartilhou e caminhou junto: minha gratidão sincera. A você, cliente, que confiou no meu trabalho, no meu olhar e nas minhas palavras: muito obrigada. Vocês fazem sentido na minha trajetória e dão propósito ao que faço.

Desejo que 2026 chegue com mais consciência, mais verdade e mais alinhamento. Que a palavra que você escolher não seja apenas um símbolo, mas uma experiência viva ao longo do ano. E que, ao final dele, você possa olhar para trás e reconhecer: eu vivi de acordo com aquilo que escolhi cultivar.

Feliz Ano Novo! 🥂