PARE DE FINGIR QUE NÃO É ESCRITORA

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Muitas mulheres acreditam que por terem outra profissão ou por não terem um livro publicado não são escritoras e deixam de viver o sonho da escrita.

Minha querida leitora,

Neste artigo, quero te contar algo que passei e acredito que seja o seu caso também.

Eu amo escrever desde que me conheço por gente.

Na infância, brincava de escrever e publicar livros. Sempre achei melhor do que brincar de casinha. Você pode até discordar de mim e ok.

Fui para a faculdade de Direito na adolescência. Estudei bastante e me formei ao fim de cinco anos. Fui aprovada na prova do órgão de classe e me tornei advogada. Passei a ter uma resposta esperada quando me perguntavam sobre minha profissão.

A família e a sociedade nos colocam em caixinhas e lá ficamos. Podemos até nos acomodar. Você pode pertencer a mais de uma caixinha caso seja mais ativa. Em paralelo, fui professora e palestrante. Opa, fiquei em três caixinhas. Veja que eu sempre era outra coisa e não o que eu sempre quis ser.

Eu escrevi um livro infantil (não publicado) com a história de vida da minha mãe, escrevi e publiquei um e-book sobre pensão alimentícia e outro sobre direito do consumidor quando nem se falava em e-book ainda. Contribui para manual de órgão de classe. Tive, também, um blog jurídico.

Nesta época, eu não me reconhecia como escritora. E sempre respondia que era outra coisa mesmo quando eu me sentia insatisfeita na profissão escolhida. Intrigante para alguém que sempre teve o sonho de ser escritora.

Pode estar acontecendo o mesmo com você neste momento. Tem o sonho e não se reconhece como escritora que é.

Por que você não reconhece de cara a escritora que habita dentro de si?

Eu acredito que isso aconteça porque muitas mulheres têm na mente que só é escritora quem tem livro publicado. Escrevo esse artigo para desmistificar isso. O que existe é autora publicada e autora não publicada. Simples assim.

Você é sim escritora porque vivencia o processo da escrita. Existe uma jornada que começa com uma ideia, passa pelo planejamento, pesquisa, criação de personagens, a primeira frase, fim do capítulo, o próximo capítulo até chegar a última página.

Mesmo que você não escreva todos os dias como deveria ser ainda participa desta jornada de construção.

Por algum tempo, eu dizia, timidamente, que sou escritora. Acontecia porque eu ainda não tinha incorporado isso de verdade, então, soava um pouco estranho dizer.

Vou te contar que as coisas não acontecem do dia para a noite. Tudo é um processo e pode ser um pouco demorado para algumas pessoas. Você pode ler o meu artigo e mudar de ideia na hora ou levar um tempo para amadurecer a ideia.

 Quanto mais eu escrevia, mais treinava e me aperfeiçoava até que comecei a internalizar que sou escritora. Eu a acolhi e passei a me sentir parte deste mundo e arrisco dizer que sou o próprio mundo quando escrevo. Não importa a minha formação base, minhas especializações e MBA.

E por que é tão importante se assumir como escritora?

O meu reconhecimento como escritora fez toda diferença na minha vida e na minha escrita porque eu passei a direcionar toda a minha energia para o lugar certo, para aquilo que realmente importa para mim – a escrita.

Isso melhorou ainda mais a minha autoconfiança. Meu entusiasmo aumentou bastante e me senti livre como um pássaro para criar, alçar altos voos e trazer mais mulheres para voarem junto comigo.

Então, não sinta vergonha em dizer que é escritora e nem se permita ser intimidada por outras pessoas. Não importa se você é dona de casa, mãe em tempo integral, advogada, dentista, cabelereira, secretaria do lar, balconista etc. Tem um sonho em escrever? Diga que é escritora e quando perguntarem se tem livro publicado apenas diga que está no forno.

Liberte a escritora que existe em você. Comece ou continue sua criação. O momento de “parir” seu filho está chegando.

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